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Comunicação - Notícias

Diretor do IFIBE participou do Curso dos Fundamentos da Justiça Restaurativa


Diretor do IFIBE participou do Curso dos Fundamentos da Justiça Restaurativa

O diretor-geral do IFIBE, José André da Costa, participou do "Curso dos Fundamentos da Justiça Restaurativa", como membro efetivo do Concelho Carcerário de Passo Fundo, ligado a terceira vara criminal do Fórum de Passo Fundo. Este curso foi promovido pela Superintendência dos Serviços Penitenciários da 4ª Delegacia Penitenciária Regional: (SUSEPE), pelo Conselho da Comunidade Carcerária e pela Pastoral Carcerária. O curso teve a duração de 5 dias (de 15 a 19 de agosto), foi realizado no Instituto penal de Passo Fundo. Este curso teve como objetivos, refletir metodologicamente a proposta da “Justiça restaurativa”, propondo: formar pessoas para transformar conflitos, prevenir e superar violências por meio de processos vivenciais, baseados no método da Escola de Perdão e Reconciliação (“ESPERE”), uma proposta criada em Bogatá-Colômbia. Esta proposta metodológica oferece ferramentas de auto-conhecimento e habilidades emocionais, com base em técnicas da comunicação não-violenta (CNV) e práticas restaurativas. Dando melhores condições para acolher e lidar com questões problemáticas/conflitivas. O desenvolvimento do curso girou em torno de 4 pontos nucleares:

1º Violência e Raiva,
2º O perdão - uma decisão,
3º Ver com os novos olhos,
4º Compaixão.

No primeiro ponto foi debatido e explicitado, com dinâmicas apropriadas, os efeitos emocionais causados pela agressão e as consequências da raiva e da dor na saúde e no estado emocional. Como lidar com a raiva, com o ódio e com a vingança.

O segundo ponto foi realizado através de uma espécie de terapia ativa grupal, na perspectiva de como recuperar “o controle de minha vida” a partir do presente e tornando-o extensivo para outras realidades em situação de conflitos. Assim, o perdão como um instrumento para a superação do ressentimento e do ódio favorece a paz.

No terceiro ponto foi criado uma sensibilização, acentuando a afetividade, para aprender a olhar com outros olhos, com mudança de perspectiva. Isto exigiu reconhecer as semelhanças e as diferenças entre nós humanos (todos/as iguais, mas também diferentes).

O quarto e o último ponto teve mais caráter empírico para o procedimento, o de compreender as ações do agressor a partir do seu contexto social.

Em síntese a proposta da “Justiça restaurativa”, fomentada no Brasil, a partir de 2005 através do Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo limpo de São Paulo (CDHEP-SP) é uma capacitação teórica para desconstruir o conceito de justiça positivista/legalista/normativa/punitiva para se chegar a uma prática orgânica para contribuir no crescimento da pessoa humana. Parte de uma visão positiva do conflito a ser trabalhado comunicação-não-violenta (CNV), mediação e prática de justiça restaurativa. Nesta perspectiva operar a justiça é estabelecer uma metodologia participativa para considerar as quatro dimensões do ser humano: as dimensões cognitiva, as emocionais, os comportamentos, a espiritualidade. Tudo isso para chegar a formação do perdão e da misericórdia para “restituir a justiça” às vítimas agredidas. Conflitos não mediados entre agressor e agredido, não gera o perdão e a reconciliação. Por isso, os Direitos Humos correm o risco de ficarem prejudicados. Tem-se que fazer justiça mesmo contra o Direito legal. Isto significa dizer que a proposta da justiça restaurativa leva em conta a subjetividade dos envolvidos numa situação de conflitos. Por isso, procura levar a sério a dimensão da subjetividade combinada com a dimensão sócio-política para as pessoas serem capazes de desenvolver um novo olhar sobre o Perdão e a Justiça.


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